John saiu da sala de aula de sua filha, soltando um suspiro pesado. Ele acabara de se reunir com a professora e soube de um fato preocupante sobre a vida de Caroline. Caroline sempre foi uma criança criativa e imaginativa, constantemente perdida em seu mundo de criaturas míticas e aventuras de faz-de-conta.
Mas quando as histórias diárias de Caroline sobre sua irmã gêmea na escola se tornaram um tópico frequente de conversa na casa dos Duval, John não pôde deixar de levar suas palavras mais a sério. Ele se sentiu compelido a desvendar o mistério por trás da crescente obsessão de sua filha por uma garota chamada Anna
Depois de sair da sala de aula, John se sentiu desapontado por ter chegado a um beco sem saída em sua busca para encontrar a suposta gêmea de Caroline. No entanto, ao passar pelo pátio da escola, seu olhar se deparou com algo que o fez prender a respiração. Ali, no pátio da escola, estava uma visão que não apenas levantou mais perguntas, mas que alteraria o curso de sua vida para sempre.
Caroline era a única filha de John e Emily Duval, uma criança imaginativa de nove anos com talento para contar histórias. Com sua mãe, Emily, uma proeminente cientista pesquisadora em um centro estatal, e seu pai, John, um corretor de imóveis bem-sucedido, Caroline tinha tudo o que uma criança poderia sonhar – exceto tempo de qualidade em família.
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O trabalho exigente de Emily a obrigava a passar três dias por semana em outra cidade, onde ficava o laboratório de pesquisa. Embora ela a visitasse sempre que possível, sua carreira deixava a maior parte das responsabilidades parentais para John.
John adorava a filha e incentivava sua imaginação vívida. Ele acreditava que o fato de ela contar histórias era uma forma de compensar a ausência dos irmãos e a atenção dividida de seus pais ocupados. Caroline estava sempre imersa em seu mundo de aventuras fictícias e John, que apreciava o tempo que passavam juntos, participava avidamente de seus jogos imaginativos.
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Isso se tornou uma parte querida da rotina entre pai e filha. Um dia, Caroline chegou da escola cheia de entusiasmo, com os olhos brilhando ao contar que havia encontrado sua irmã gêmea, Anna, e se tornado sua melhor amiga.
Emily deu uma risadinha ao observar John, que ouvia atentamente as histórias fantásticas da filha. De acordo com Caroline, Anna era tudo o que ela não era – extrovertida, ousada e cheia de travessuras. A princípio, John e Emily acharam as histórias encantadoras, presumindo que Anna era apenas mais uma personagem no elaborado mundo de faz-de-conta de Caroline.
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Intrigado com essa nova “melhor amiga”, John fez perguntas sobre Anna, sorrindo ao dizer a Caroline que gostaria muito de conhecê-la. Ele presumiu que a conversa terminaria ali, acreditando que a história de uma irmã gêmea era mais um conto de fadas. Mal sabia ele que aquilo era apenas o começo.
À medida que os dias passavam e as histórias de Caroline sobre Anna se tornavam mais frequentes, John começou a ficar inquieto. A cada dia, Caroline tinha uma nova história para contar, cada uma mais detalhada que a anterior. Era diferente de tudo o que ele já havia ouvido dela antes.
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A preocupação de John aumentou e ele decidiu que era hora de compartilhar suas preocupações com Emily. Mas quando ele tocou no assunto, Emily apenas riu, descartando seus temores. “Como você pode pensar que isso é real, John?”, perguntou ela, divertida.
John, no entanto, persistiu. “E se realmente houver uma garota na classe dela que se pareça com Caroline? Talvez ela esteja alimentando-a com essas histórias e influenciando-a de uma forma ruim. Ou se a garota não existir e Caroline estiver se aprofundando em seu mundo de fantasia? Você não acha que isso é motivo de preocupação?”
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Emily balançou a cabeça, não convencida. “É tudo coisa da cabeça dela, John. Ela sempre teve uma imaginação fértil, e tem apenas nove anos. Essa Anna deve ser fruto de sua imaginação e isso logo passará.” Embora John tivesse que admitir que Emily tinha razão, sua mente continuava inquieta.
John tentou ao máximo deixar para lá, mas, certa tarde, Caroline chegou em casa com um desenho que fez John parar. Duas garotas estavam desenhadas na página com cores brilhantes e vibrantes, mas o que chamou sua atenção foi o fato de elas terem sido desenhadas em estilos diferentes.
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John reconheceu instantaneamente o estilo de desenho de sua filha. Curioso, ele perguntou quem havia desenhado a outra garota. A resposta de Caroline o deixou sem palavras: “A Anna me desenhou, e eu desenhei a Anna!”, disse ela com um sorriso orgulhoso, antes de sair correndo para seu quarto.
As palavras de Caroline fizeram John congelar em seu caminho. Como uma amiga imaginária poderia desenhar? E se a Anna for real? Ou se Caroline estivesse desenvolvendo algum tipo de problema de saúde mental? Ele tirou o desenho da geladeira e o estudou cuidadosamente. Não conseguia se livrar da sensação de que algo estava errado.
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Determinado a descobrir o motivo da obsessão de sua filha por Anna, John começou a pesquisar amigos imaginários na Internet, na esperança de encontrar uma explicação lógica. Ao continuar sua pesquisa, John se deparou com artigos que explicavam que algumas crianças podem se apegar profundamente a seus amigos imaginários.
Às vezes, as crianças podem se apegar a ponto de tratá-los como se fossem reais. John não pôde deixar de se perguntar se o crescente apego de Caroline a Anna era a maneira de lidar com a ausência da mãe. A ideia o perturbou ainda mais.
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Percebendo que precisava de mais informações, John decidiu fazer discretamente mais algumas perguntas a Caroline. Ele não queria que Emily pensasse que ele estava obcecado com o assunto, então se aproximou da filha casualmente, sugerindo que brincassem com as bonecas dela.
Enquanto brincavam, John perguntou casualmente a Caroline sobre Anna. “A Anna também gosta de brincar com bonecas?”, perguntou ele. Caroline assentiu com entusiasmo, explicando como Anna sempre escolhia as bonecas aventureiras. Suas respostas pareciam convincentes, fazendo John se perguntar se Anna era uma amiga de verdade da escola.
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No entanto, quando John insistiu em obter mais detalhes, as respostas se tornaram vagas. Caroline não conseguiu dizer o sobrenome de Anna nem descrever sua família. Ela falou com confiança sobre os jogos favoritos de Anna, mas não conseguiu explicar onde Anna morava nem nada sobre ela fora da escola.
Mesmo depois de jogar por horas e fazer várias perguntas sobre Anna e seus pais, John não obteve respostas conclusivas com as quais pudesse trabalhar. Caroline não sabia quem eram os pais de Anna ou qualquer outra coisa sobre ela, exceto sua cor ou programa de TV favorito.
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Isso deixou John frustrado, pois ele não se sentia mais próximo da verdade depois da conversa. Sem respostas claras, ele decidiu resolver o problema com suas próprias mãos. Em uma tarde, ele saiu para buscar Caroline na escola um pouco mais cedo para que pudesse observar as crianças um pouco e talvez descobrir quem era Anna.
Do outro lado da rua do playground, John se encostou em um ponto de ônibus, parecendo esperar por um ônibus. Ele espiou pelo portão do playground e rapidamente avistou Caroline, rindo em um balanço, sendo empurrada por uma menina mais alta com longos cabelos castanhos.
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A garota, de costas para ele, não parecia ser Anna. Ela parecia mais velha, talvez irmã de uma colega de classe. Caroline parecia feliz e bem ajustada, não parecia alguém que está lutando para fazer amigos e se tornando obcecada por um amigo imaginário.
Caroline parecia satisfeita, e isso só o confundia ainda mais. Se Anna não era real, então por que Caroline estava tão feliz? E se era, onde ela estava? De acordo com a história de Caroline, ela e Anna eram inseparáveis.
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John esperou, observando o pátio se esvaziar lentamente à medida que o dia escolar terminava. Seu coração acelerou, esperando que essa fosse sua chance de finalmente conhecer Anna. Ele observou a multidão de crianças saindo, mas ninguém se parecia com a garota que Caroline havia descrito tão vividamente.
À medida que mais alunos saíam da escola, John se aproximou, procurando qualquer sinal de Anna entre eles. Ele observou grupos de crianças saindo, mas ninguém se destacava. Sua frustração aumentava à medida que os minutos passavam e Anna não era encontrada em lugar algum.
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Quando Caroline finalmente saiu, ela parecia cansada, arrastando a mochila atrás de si. John sorriu gentilmente e perguntou: “Ei, querida, você pode me mostrar a Anna?” Mas Caroline, esfregando os olhos, balançou a cabeça e suspirou: “Estou muito cansada, papai. Podemos ir para casa?”
O coração de John ficou apertado. Ele esperava sanar suas dúvidas, mas Caroline estava claramente exausta. Sem querer pressioná-la, ele concordou com relutância. “Tudo bem, vamos levá-la para casa”, disse ele, ainda confuso e frustrado, enquanto se afastavam da escola, sem chegar perto de respostas.
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John não conseguia parar de pensar no playground e na falta de uma figura semelhante a um gêmeo. Será que Caroline realmente imaginou tudo? Sem saber no que acreditar, ele decidiu enviar um e-mail para a professora dela, na esperança de obter alguma clareza sobre o assunto.
John redigiu um breve e-mail, perguntando se havia uma garota chamada Anna na classe de Caroline que era muito parecida com ela. Depois de clicar em enviar, tudo o que ele podia fazer era esperar. As horas se arrastaram enquanto ele aguardava a resposta, com os pensamentos nublados pela preocupação com o bem-estar da filha.
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Para sua surpresa, a professora respondeu naquela mesma tarde. A resposta foi clara: “Não há nenhuma menina chamada Anna na classe da Caroline, e eu queria conversar com você sobre as interações sociais dela. Você poderia vir aqui amanhã depois da aula?”
O coração de John ficou apertado. Isso não parecia nada bom. Quando Emily chegou em casa naquela semana, ele lhe contou sobre o e-mail, esperando compreensão. Em vez disso, Emily ficou furiosa, acusando-o de agir pelas costas dela. John ficou atônito com a reação dela.
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A frustração de Emily aumentou quando ela cruzou os braços. “John, você está obcecado por nada. Caroline é apenas uma criança, e crianças inventam amigos imaginários o tempo todo. Você está exagerando muito nisso” A voz dela era aguda, ignorando totalmente as preocupações dele. “Apenas deixe isso para lá.”
John não conseguiu conter sua raiva. “Como você pode dizer isso? E se isso não for apenas uma fase? E se houver algo mais profundo acontecendo e nós estivermos ignorando? Isso é importante para o bem-estar de Caroline, e preciso de respostas. Você não pode simplesmente deixar isso de lado”
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Ele não conseguia acreditar que Emily estava descartando a situação tão facilmente. Claro, talvez Anna fosse apenas uma amiga imaginária, mas e se fosse algo mais? E se isso afetasse o desenvolvimento de Caroline de forma negativa? Ele precisava de respostas, e rápido.
Na tarde seguinte, John chegou à escola para se encontrar com a professora de Caroline. Ela o cumprimentou com um sorriso caloroso, conduzindo-o para a sala de aula. “Fico feliz que tenha vindo, Sr. Duval”, disse ela. “Por favor, me chame de John”, respondeu ele, já ansioso.
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A professora não perdeu tempo. “Eu queria conversar com o senhor sobre as interações sociais da Caroline – ou melhor, a falta delas. Dentro da sala de aula, ela é muito quieta e costuma brincar sozinha, enquanto do lado de fora, alguns alunos mais velhos a ajudam durante o recreio.”
O coração de John ficou apertado com as palavras da professora. Ele não tinha ideia de que Caroline estava tendo tanta dificuldade para fazer amigos. A ideia de sua filha sentada sozinha no canto da sala de aula enquanto as outras crianças brincavam o encheu de tristeza.
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Quanto mais ele pensava sobre isso, mais convencido ficava de que Anna não era real, apenas uma invenção da imaginação de Caroline para preencher o vazio de sua solidão. A constatação de que sua filha havia criado essa gêmea imaginária para lidar com suas dificuldades o deixou desamparado e com o coração partido.
John sabia que Caroline era imaginativa, mas não tinha ideia de que ela estava tão isolada na escola. Ele prometeu à professora de Caroline que falaria com ela e estava prestes a ligar para Emily e transmitir a ela as informações sobre a reunião de pais e mestres quando, de repente, algo chamou sua atenção.
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O que John viu o fez congelar em seu caminho. Ali, no playground, estava uma garota que se parecia exatamente com Caroline. O mesmo cabelo loiro, os mesmos olhos parecidos com os de uma menina, ela realmente parecia a gêmea de Caroline! Mas como isso era possível? Será que Caroline estava dizendo a verdade o tempo todo?
À medida que John observava um pouco mais, ele começou a ver as diferenças entre Anna e Caroline. Anna era um pouco mais alta, mas a semelhança entre as duas garotas era assustadora. Seu coração disparou quando ele a viu entrar em um carro com um homem – provavelmente seu pai.
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Sem pensar duas vezes, John correu para seu carro e começou a segui-los. Suas mãos agarraram o volante com força, sua mente estava acelerada. Enquanto dirigiam, o rosto da garota ficou mais nítido à luz do sol que se esvaía. Suas feições eram inconfundivelmente semelhantes às de Caroline – exceto pelos olhos castanhos.
O pulso de John acelerou. Essa deve ser a Anna sobre a qual Caroline havia falado por semanas? Ela era mesmo “real”? Seus pensamentos giravam em espiral enquanto ele seguia o carro, sua mente lutando entre a dúvida e a possibilidade enervante de que sua filha estivesse dizendo a verdade o tempo todo.
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Depois de alguns minutos dirigindo, eles chegaram a uma casa nos arredores da cidade. John estacionou o carro nas proximidades, com o coração batendo no peito. Ele não tinha certeza do que esperava encontrar, mas agora estava aqui, paralisado pela indecisão. O que ele deveria fazer em seguida? Sua mente corria em busca de respostas.
Ele havia dirigido até aqui por impulso, sem pensar muito sobre as consequências do que diria se alguém o visse perseguindo um homem e sua filha, mas John afastou os pensamentos. No momento, ele estava muito concentrado em resolver o mistério da gêmea de sua filha.
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Sentado ali, John pensou que talvez se ele pudesse ver os pais de Carla juntos, o mistério seria resolvido para ele. Se, por acaso, os pais forem parecidos com Emily ou com o próprio John, há uma grande chance de a filha ser parecida com Caroline. Afinal de contas, ter sósias não é tão incomum.
Quando o céu escureceu, John percebeu que estava ficando tarde. Ele pegou o celular e ligou para Emily, tentando parecer casual. “Você vai voltar para casa hoje à noite?”, perguntou ele, disfarçando seu desconforto. Emily respondeu: “Não consigo encontrar as chaves do meu carro. Vou ficar na casa de um amigo”
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John franziu a testa. John franziu a testa. Isso não parecia certo para ele. Por que ela simplesmente não me pediu para buscá-la? Não era do feitio dela ficar presa sem pedir ajuda. Mas antes que ele pudesse pensar nisso, seus pensamentos rapidamente voltaram para Anna. Ele estava absorvido demais pelo mistério para se preocupar com o comportamento estranho de Emily.
Com o passar do tempo, John percebeu que não havia tomado providências para Caroline. Apressadamente, ele ligou para a babá da vizinhança e pediu que ela viesse passar a noite em sua casa. “Não sei até que horas vou chegar”, disse ele, tentando parecer casual. “Você pode cuidar da Caroline até eu voltar?”
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Depois da ligação, John ficou sentado, sem saber ao certo o que estava fazendo ou o que esperava descobrir. Sua mente girava com possibilidades, mas nenhuma delas fazia sentido. Seus instintos lhe diziam que algo estava errado, mas ele não sabia o que estava procurando – ele só sabia que não podia ir embora agora.
John sentou-se em seu carro, olhando atentamente para a casa, sentindo o peso do desconhecido pressionando-o. Com o passar do tempo, ele viu o homem e Anna saírem para o gramado. Eles pareciam despreocupados, brincando e rindo.
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O nervosismo de John aumentou quando ele continuou a observar os dois na calçada, rindo e conversando. Eles pareciam tão à vontade, mas John não conseguia se livrar da tensão crescente. Ele se perguntou se o homem havia notado o carro dele estacionado de forma visível na rua, sua presença era incomum no bairro tranquilo.
Esse pensamento fez com que John acelerasse o pulso. Seu carro não estava exatamente escondido e, para qualquer um que prestasse atenção, poderia parecer suspeito. O homem e Anna olharam para a rua várias vezes e, a cada vez, John temia que os olhos deles se detivessem por muito tempo em seu veículo, revelando sua presença.
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Mas depois de vários minutos de observação, John começou a perceber que o homem não estava olhando para ele. Ele não estava prestando atenção no carro. As frequentes olhadas para a estrada não eram por suspeita; eram por expectativa. John exalou lentamente, percebendo que eles estavam esperando por outra pessoa.
John estava perdido em pensamentos, imaginando quem eles deveriam estar esperando, quando de repente os faróis apareceram, iluminando a entrada da garagem. Era um Toyota Camry prata, o mesmo que Emily dirige. John estava se divertindo com outra semelhança, até que seus olhos se fixaram na placa do carro.
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A respiração de John ficou presa na garganta quando ele reconheceu o número – era o de Emily. Seu coração parou. Ele observou em silêncio atônito enquanto Emily saía e caminhava diretamente em direção à casa, com movimentos casuais e familiares.
John observou com a respiração suspensa enquanto Emily saía do carro e caminhava em direção a Anna. Seu coração batia forte no peito, lutando para dar sentido ao que estava vendo. Ele observou, congelado, enquanto Emily se ajoelhava e seus braços envolviam Anna em um abraço caloroso.
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Antes que John pudesse processar a visão diante dele, seu mundo se despedaçou ainda mais. Emily se levantou, virou-se para o homem e o beijou nos lábios, com um sorriso radiante estampado em seu rosto. O estômago de John caiu, sua mente voltando à dura realidade.
Enquanto ele estava parado, tudo começou a se encaixar no lugar. As viagens de trabalho. As longas ausências. Os finais de semana inexplicáveis. Seu coração palpitava dolorosamente ao ver a esposa beijar o homem no rosto, a cena se desenrolando como um pesadelo do qual ele não conseguia acordar.
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Incapaz de conter sua raiva por mais tempo, John saiu do carro, batendo a porta atrás de si. O som ecoou pela rua e os três se viraram para olhar para ele. O rosto de Emily perdeu a cor no momento em que seus olhos se encontraram.
O peito de John ficou pesado, sua mente cambaleando com a traição que estava diante dele. Emily ficou ali, tremendo, seu silêncio confirmando tudo. O homem, Thom, estreitou os olhos em confusão e deu um passo à frente novamente. “Quem é você, na verdade?”, perguntou ele, com a voz embargada pela suspeita.
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John se virou para encarar Thom, com a raiva fervendo. “Sou o marido dela. Estamos casados há doze anos”, ele cuspiu, com a voz carregada de traição. O rosto de Thom ficou sem cor. Ele se virou para Emily, sua voz agora estava cheia de descrença. “O que é isso, Emily?” Mas Emily ficou em silêncio.
O rosto de Thom se contraiu, sua descrença se transformando em negação. “Isso não pode ser verdade”, murmurou ele, balançando a cabeça, com os olhos arregalados de choque. “Você está mentindo”, insistiu ele, olhando para John, como se se recusasse a aceitar o que estava acontecendo na sua frente. “Emily nunca faria isso. Estamos casados há 15 anos.”
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A raiva de John explodiu novamente. Ele cerrou os punhos, com a voz mal sob controle. “Pergunte à Anna”, ele rebateu. “Ela já mencionou uma garota chamada Caroline para você?” Thom congelou, com a pergunta pairando no ar. Seu rosto vacilou, e John pôde ver o momento em que tudo se encaixou em sua mente.
Os olhos de Thom se voltaram para Emily, que permanecia em silêncio, com lágrimas escorrendo pelo rosto. “Anastasia mencionou Caroline… mais de uma vez”, ele sussurrou, percebendo o que estava acontecendo. “Pensei que fosse apenas uma amiga de escola que ela havia conhecido recentemente. Eu nunca…” Sua voz se arrastou quando ele se voltou para John, horrorizado.
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John respirou fundo e se firmou. “Isso é porque Anna e Caroline estudam na mesma escola. Mas você não saberia porque elas não estão na mesma série. É por isso que nunca a encontrei quando procurei. Ela é mais velha” A revelação atingiu Thom como um soco, e John pôde vê-lo lutando contra a traição.
Thom cambaleou para trás, tentando compreender tudo. “Então, é por isso… é por isso que você não queria que Anastasia mudasse de escola”, ele murmurou, olhando para Emily com descrença. “Você sabia que isso aconteceria Sua voz ficou entrecortada de mágoa à medida que a enormidade da situação o dominava.
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Ele finalmente falou, com a voz carregada de tristeza. “Então, você mentiu para nós dois esse tempo todo. Pensamos que você se dedicava à sua carreira, mas o tempo todo você estava se dividindo entre nós.” Ele olhou para Anna e depois para John. “Não posso acreditar nisso.”
Os punhos de John se cerraram enquanto ele olhava para Emily, com palavras afiadas. “Como você pôde fazer isso com nós dois? Com nossas filhas?” Sua voz estava rachada de dor, cada palavra era mais profunda. Thom, com o rosto pálido, mal conseguia processar o que estava ouvindo.
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John balançou a cabeça em descrença. “Você não conseguiu manter a mentira por mais tempo, não é? Por quanto tempo planejava continuar com isso, Emily?” A voz dele tremia de raiva e desgosto, incapaz de compreender a profundidade da traição dela.
Emily enxugou as lágrimas do rosto, mas suas palavras saíram vazias. “Eu nunca quis que chegasse a esse ponto. Achei que conseguiria lidar com isso – vidas separadas, famílias separadas. Tentei tirar Anna de lá, mas ela já tinha se instalado. Não consegui fazer isso.” As desculpas dela não serviram para nada, o dano era irreparável.
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John ficou com a respiração presa na garganta enquanto as palavras vazias de Emily pairavam no ar. Ele não conseguia mais suportar o peso da traição dela, as mentiras que ela vinha alimentando nos dois durante anos. Seu peito se apertou, sufocado pela percepção de que tudo o que eles haviam construído era uma fachada.
Sem dizer uma palavra, John se afastou, caminhando rapidamente em direção ao seu carro. Sua cabeça girava em torno da raiva, do desgosto e da descrença, e ele sabia que não poderia ficar ali nem mais um segundo. Ele olhou para a casa uma última vez antes de dirigir, para Emily, Thom e Anna – duas famílias destruídas pelo engano.
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Nos meses que se seguiram, tudo se desfez. John e Thom pediram o divórcio, mas nenhum dos dois conseguiu salvar o que havia sido destruído. Eles haviam sido enganados por muito tempo e nenhum deles conseguia olhar para Emily da mesma forma novamente.
No final, John e Thom receberam a custódia total de suas filhas. Emily, que ficou sozinha com as consequências de suas decisões, nunca se casou novamente. O peso de sua traição e os relacionamentos rompidos com suas filhas a deixaram isolada.
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Ela passava os fins de semana com Anna e Caroline, mas a confiança que ela havia destruído nunca poderia ser totalmente reparada. A vida dupla que ela havia tentado levar desmoronou, deixando apenas pedaços quebrados para trás.
Quanto a John e Thom, eles seguiram em frente com suas vidas, unidos de forma inesperada pela tragédia da traição de Emily. Ambos se concentraram em criar suas filhas, criando novas vidas a partir dos destroços.
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Caroline e Anna continuaram próximas, apesar das circunstâncias que as uniram. No final, John encontrou paz na verdade, sabendo que ele e Caroline ficariam bem. Eles haviam resistido à tempestade e a vida, embora diferente, finalmente parecia estar indo na direção certa.