Natalie arfou, sentindo o coração acelerar. Ela não conseguia acreditar no que estava vendo no final do corredor do avião. Repetindo “Não, não, não”, ela tentou negar o fato. A situação parecia impossível, mas lá estava ela, bem na sua frente, desafiando seu senso de realidade.

Ela olhou novamente para os familiares olhos castanhos do homem, sentindo-se entorpecida. Não podia ser ele, mas a semelhança era estranha. Ela queria gritar, mas o choque impediu sua voz. Sua mente se esforçou para aceitar a visão, seus olhos se fixaram nele com incredulidade.

O homem estava alheio ao tumulto que ocorria na mente de Natalie. Ele agia como se tudo estivesse bem, arrumando sua mala em um ritmo tranquilo. Estudando o rosto e as mãos dele, Natalie teve certeza de que era seu pai. Mas será que era mesmo ele? A ideia virou seu mundo de cabeça para baixo, deixando-a apenas com perguntas..

Apenas alguns minutos antes, o humor de Natalie estava muito diferente. Ela havia se preparado mentalmente para o voo que se aproximava. Era o primeiro mês em que ela voltava ao trabalho depois daquele dia horrível e, embora estivesse ocupada, era uma distração muito necessária para a dor.

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Seu trabalho como comissária de bordo e as interações que ele proporcionava a ajudaram a se sentir melhor depois do período difícil pelo qual havia passado desde o ano anterior. Antes de embarcar no avião, Natalie respirou fundo e forçou um sorriso falso. Ela havia dito a si mesma que, se continuasse fingindo estar feliz, seu corpo acabaria acreditando nisso também.

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Assim, ela guardou rapidamente a bagagem e inspecionou os compartimentos superiores, entrando confortavelmente em sua rotina familiar. Seus colegas conversavam animadamente ao seu redor, discutindo ansiosamente seus planos para o fim de semana após o pouso. Ela tentou absorver o entusiasmo deles, esperando que isso acalmasse a sensação de desconforto que rondava seu estômago.

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Esse voo significava não apenas seu retorno ao trabalho, mas sua reintegração à vida normal. Ela precisava acreditar que estava preparada, que a sombra do ano anterior havia se dissipado o suficiente para que ela pudesse voltar a funcionar.

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Mas então, quando o avião estava se preparando para o embarque, ela o avistou. Foi como se seu coração tivesse parado de bater abruptamente. Seu corpo se transformou em uma estátua e um silêncio ensurdecedor envolveu seu mundo. Mas que diabos?!

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O coração de Natalie martelava loucamente em seu peito enquanto ela olhava para o homem sentado no final do corredor. Seu corpo congelou e tudo o que ela conseguiu fazer foi olhar para o homem no assento 37A. Que diabos ele estava fazendo ali? Isso não podia ser possível.

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Seu coração acelerou e ela gaguejou: “Isso não pode estar acontecendo”, “Isso não pode ser verdade” De repente, ela estava completamente perdida no momento, esquecendo-se de tudo ao seu redor. Seus colegas de trabalho, os outros passageiros e os preparativos para o embarque desapareceram de sua mente. Ela só conseguia olhar para ele.

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Ele tinha os mesmos olhos cor de avelã, os mesmos cabelos castanhos e até mesmo seus trejeitos eram idênticos. Seu pulso acelerou enquanto ela continuava a olhar para ele. Mas isso não podia ser real, certo? Tinha que ser algum tipo de ilusão cruel de sua mente. Ela o encarou novamente, ainda incapaz de acreditar. O que estava acontecendo? Isso era algum tipo de brincadeira de mau gosto?

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Cada detalhe de seu rosto se espelhava no dele. Mas não podia ser ele. Ela sabia que era impossível. No entanto, lá estava ele, sentado a algumas fileiras de distância dela. Ela continuou olhando para ele, mas ele não pareceu notar sua presença. Ela estava enfrentando um caos de pensamentos, lutando para compreender como seu pai poderia estar nesse voo.

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Os mesmos olhos castanhos e quentes que antes a fitavam com amor e devoção agora olhavam pela janela sem reconhecimento. As mãos fortes e carinhosas que seguraram as dela em cada passo do caminho agora estavam folheando calmamente uma revista de bordo.

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Ela precisava ter certeza. Tinha que ter certeza. Reunindo sua coragem, ela decidiu confrontá-lo. Natalie rapidamente pegou o carrinho de café e serviu uma xícara de café fresco e fumegante. Em seguida, ela respirou fundo, com o coração batendo forte, ameaçando sair do peito. Ela tinha que saber.

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Com as pernas trêmulas, ela se levantou abruptamente e foi em direção à parte de trás do avião. Mas a impossibilidade da situação a fez não acreditar em seus olhos. “Peço desculpas pelo atraso, senhor”, ela começou a falar, mas suas palavras congelaram na garganta.

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Ele olhou para cima e seus olhos se encontraram. A xícara escorregou de suas mãos, espirrando café por toda parte quando caiu no chão. Seu vestido estava completamente arruinado, mas ela nem percebeu. Tudo o que podia fazer era olhar para ele.

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A mente de Natalie estava confusa, incapaz de compreender como seu pai poderia estar nesse voo, vivo e bem. Ela estava lá quando o caixão dele foi enterrado na terra. Ela lamentou a morte dele todos os dias desde então, caindo em uma confusão absoluta. Durante meses, ela não conseguiu dormir, comer ou até mesmo tomar banho adequadamente.

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No entanto, aqui estava ele, a um braço de distância. A semelhança era assustadora – desde os tons de cinza em seu cabelo até os finos vincos que se ramificavam nos cantos de seus olhos quando ele sorria. Parecia ser o mesmo homem que havia amado e criado Natalie, mas por que ele estava olhando para ela como se não a conhecesse?

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Todo instinto racional dizia a Natalie que aquele homem não poderia ser seu pai. Mas seu coração palpitante abafou a razão, fixando-se no fantasma vivo diante dela. Ela estudou cada centímetro do rosto dele, procurando até mesmo a menor diferença, alguma imperfeição nesse fantasma de seu pai, para que pudesse se consolar de que não estava enlouquecendo.

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No entanto, seus pensamentos foram interrompidos por um grito alto que a tirou de seu estado de paralisia. O homem, seu pai Winston, começou a gritar com ela. “O QUE DIABOS HÁ DE ERRADO COM VOCÊ?!” “Você está fora de si?!”, gritou ele.

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Natalie piscou os olhos em confusão. O quê?! Era assim que ele a cumprimentava? O que estava acontecendo? Natalie ficou enraizada no chão. Isso não pode ser verdade. Deve ser um sonho… Mas ele continuava gritando. “VOCÊ NÃO PODE VER QUE HÁ ALGUÉM SENTADO AQUI?”, ele continuou. Ele parecia muito bravo. Mas como isso poderia ser possível? Ele não deveria estar com raiva dela. Ele nunca havia levantado a voz dessa maneira antes. Não podia ser o pai dela!

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Os olhos de Natalie começaram a lacrimejar enquanto ela olhava para ele, congelada em seu lugar. De repente, ela sentiu uma mão firme em seu ombro. Era sua colega de trabalho, Cassandra. “Por favor, aceite minhas desculpas em nome da minha colega”, disse ela, “vou limpar isso imediatamente” Ela sorriu para o homem e lançou um olhar severo para Natalie.

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Finalmente saindo do estado de congelamento em que se encontrava, Natalie se deu conta do que a cercava – as pessoas olhando para ela, sua colega Cassandra parecendo ligeiramente irritada e o café derramado por toda parte. Ela se sentiu constrangida, confusa e magoada, com um turbilhão de emoções se abatendo sobre ela. Tudo o que ela sabia era que precisava sair dali.

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Então, ela se espremeu rapidamente pelo corredor e, sem dizer nada, correu de volta para a cozinha. Lá, ela finalmente pôde respirar novamente. Não demorou muito para que a quietude de sua mente fosse interrompida pelos gritos estridentes de sua colega, Cassandra. “O que foi isso?”, ela olhou com raiva para Natalie.

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“Foi por isso que eu a avisei para não voltar ao trabalho tão cedo, Natalie. Você precisa descansar, não está pronta para trabalhar!” A mente de Natalie estava acelerada. Seu colega já a havia alertado sobre não estar pronta para trabalhar tão cedo após a morte de seu pai. Ela havia sido teimosa, insistindo que estava bem e pronta para voltar ao trabalho.

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Mas agora, ela tinha visto seu falecido pai, ou pelo menos alguém que se parecia exatamente com ele. Ela estava tão convencida de que era ele, mas e se fosse apenas uma ilusão de sua mente? E se não fosse verdade? A dúvida e a confusão nublaram sua mente, deixando seu coração em um frenesi de emoções.

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Winston tinha sido o mundo inteiro de Natalie. Como pai solteiro, ele dedicou todo o seu amor e devoção para criá-la, garantindo que ela nunca sentisse a ausência de um segundo pai. Desde histórias para dormir até torcer mais alto nos recitais da escola, ele era sua fonte inabalável de apoio.

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Winston sempre foi um ávido mergulhador, encontrando consolo sob as ondas. O oceano era sua segunda casa, um lugar onde ele se sentia mais vivo. Há um ano, ele partiu em uma viagem de mergulho para explorar um recife remoto, sobre o qual falou com entusiasmo durante semanas. Mas nunca mais voltou. As autoridades especularam que uma súbita corrente submarina o havia puxado para as profundezas e, apesar de dias de busca, seu corpo nunca foi encontrado.

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A perda dele abalou Natalie de uma forma que ela nunca imaginou. A incerteza do destino dele a assombrava – o não saber, a ausência de um desfecho. Ela se agarrou à esperança, acreditando que, se procurassem um pouco mais, ele seria encontrado. Ela lutou com unhas e dentes para manter a busca, pressionando as autoridades, contratando mergulhadores particulares, recusando-se a aceitar que ele havia realmente desaparecido.

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Mas depois de meses vasculhando o oceano, a busca foi finalmente cancelada. Natalie não teve escolha a não ser realizar um funeral sem um corpo para enterrar. A finalidade disso a esmagou. Nenhum túmulo para visitar, nenhum adeus final – apenas um vazio doloroso no lugar onde seu pai esteve.

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Natalie se ausentou do trabalho por um longo período enquanto procurava o corpo do pai. Mas quando os meses se transformaram em um ano inteiro, ela percebeu que não poderia continuar assim. Um dia, quando ela se olhou no espelho, mal reconheceu a pessoa que estava olhando para ela.

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A perda havia cobrado seu preço, transformando-a de uma jovem alegre em uma versão frágil e de aparência mais velha de si mesma, privada de cuidados e amor. Naquele momento, ela tomou a decisão de voltar ao seu trabalho e começar de novo. No entanto, ela nunca imaginou que exatamente um ano depois de se despedir do pai de forma tão trágica, ela o veria no avião.

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Todos aqueles meses de busca incessante e aqui estava ele sentado calmamente, olhando pela janela, sem reconhecer o quanto ela havia sofrido tentando encontrá-lo? Ela não conseguia acreditar. “Olá, você não está me ouvindo?” Cassandra agarrou os ombros de Natalie e a sacudiu, tentando trazê-la de volta ao presente e interromper seus pensamentos.

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Natalie estava confusa e olhou para o rosto sério de Cassandra. “O quê?”, perguntou ela. “Ele quer falar com você”, repetiu Cassandra com firmeza. “Uh… uh, quem quer falar comigo?” Perguntou Natalie, perplexa. E então, antes mesmo que ela apontasse o dedo, Natalie já sabia. Era ele. Ele queria conversar..

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Natalie não entendia o que estava acontecendo, mas decidiu ir em frente. Ela queria respostas mais do que qualquer outra coisa, e talvez agora ela as obtivesse. Então, ela respirou fundo e se firmou antes de se aproximar dele.

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“Olá, Winston”, ela começou, mas depois tropeçou: “Uh, senhor, uhm, me desculpe” Ele olhou para ela, e ela continuou a falar, balançando as palavras: “Desculpe-me pelo café. Fiquei muito surpresa ao vê-lo.” Ele olhou para ela com uma expressão confusa, e Natalie percebeu que ele não a reconhecia.

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“De qualquer forma”, ele começou, “eu queria ter certeza de que você está bem” Ele lhe deu um sorriso apologético. “Eu fui um pouco duro com você antes e percebi que estava tensa. Está tudo bem?”, ele perguntou.

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Natalie ficou atônita. Como ele poderia dizer isso? Ele não sabia quem ela era? Como ele poderia não reconhecer sua única filha? Ela se sentiu totalmente confusa. Pela expressão no rosto dele, estava claro que ele não sabia quem ela era e estava apenas sendo educado.

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Será que ele estava perdendo a cabeça? Ou talvez fosse ela quem estivesse enlouquecendo, e ele era um completo estranho que não tinha nada a ver com seu falecido pai. Talvez sua mente estivesse lhe pregando peças. Natalie não conseguia entender o que estava acontecendo.

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Ela não queria dizer algo estranho e criar mais problemas. Ela precisava se afastar dessa conversa o mais rápido possível. “Obrigada pela sua preocupação, senhor”, respondeu ela, forçando um sorriso educado, “estou bem. Há mais alguma coisa que eu possa fazer por você?”

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“Ah, não, tudo bem”, ele sorriu, depois pegou sua carteira. “Espere um segundo”, disse ele ao lhe entregar um cartão de visita branco, “Este é o meu cartão de visita. Receio ter estragado seu vestido”, ele apontou para a saia manchada de café, “Minha secretária irá reembolsá-la. Peço desculpas mais uma vez”

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“Oh, senhor, tudo bem, não é preciso”, disse Natalie. “Por favor, eu insisto”, ele insistiu. Natalie não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que precisava sair dali imediatamente. “Obrigada, senhor, eu realmente agradeço”, disse ela, na esperança de encerrar a conversa rapidamente e ir embora para os fundos, “Tenha um bom dia!”, acrescentou enquanto se afastava apressadamente.

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De volta à seção traseira do avião, Natalie respirou fundo. Olhou para as mãos e percebeu que elas estavam tremendo. Ela sentiu como se tivesse visto um fantasma. Um fantasma com o rosto de seu falecido pai.

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Ela tinha que falar com alguém. Essa era a única maneira de ter certeza de que não estava perdendo a cabeça. E ela sabia exatamente com quem falar. “Cassandra?”, ela perguntou nervosa. Cassandra virou a cabeça e, assim que viu a expressão no rosto de Natalie, soube que algo sério estava acontecendo. “Fale comigo”, disse ela, adotando um tom carinhoso ao dar um tapinha nas costas de Natalie.

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“Diga-me que não estou louca”, começou Natalie, olhando nervosamente para Cassandra. Cassandra olhou para ela de forma interrogativa. “Não tem problema se isso for demais para você, Natalie”, disse ela com calma e suavidade. “Todos nós entenderíamos se você quisesse tirar algumas semanas a mais de folga”, acrescentou ela.

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“Não, não, não, não é isso”, murmurou Natalie, abrindo o medalhão. Em seguida, ela tirou uma fotografia, segurando-a nas mãos por um momento antes de acrescentar: “Ele não se parece com meu pai?” Ela apontou para o homem no assento 37A e depois abriu as mãos para revelar a foto.

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Cassandra olhou para ela com grande descrença. Dava para ver que ela estava pensando que Natalie ainda tinha esperanças de encontrar o pai. Sua boca se abriu um pouco e então ela disse: “Olhe, Natalie, isso é…” Cassandra tinha apenas começado a falar quando olhou para a foto amassada na mão de Natalie.

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“Oh, meu Deus”, ela ofegou, cobrindo a boca em choque. “Esse homem é igualzinho ao seu pai. Como isso é possível?” “É isso que estou pensando”, respondeu Natalie, perguntando-se em silêncio quem seria o homem parecido com seu pai.

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O alívio tomou conta de Natalie quando a expressão de Cassandra confirmou seu reconhecimento da estranha semelhança; ela também havia notado. Não era apenas sua imaginação; aquele homem realmente se parecia com seu falecido pai. Mas a realidade era que ele não podia ser o pai dela. Ou poderia? E se ele tivesse perdido a memória e por isso não conseguisse mais reconhecer Natalie?

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O coração de Natalie se acelerou com a esperança e a trepidação. Ela olhou para o cartão de visita que tinha em mãos, aquele que ele havia lhe dado. Ele trazia o nome “Kevin Jones” em negrito, indicando que ele era o diretor executivo de uma empresa de recrutamento e seleção de pessoal.

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Era muito diferente do que o pai dela fazia. Ele sempre foi apaixonado por trabalhar com pessoas e ajudá-las, o que o levou a trabalhar em um abrigo para ex-presidiários, ajudando-os a se reintegrar à sociedade da forma mais tranquila possível. Esse homem, Kevin Jones, claramente não era o pai dela.

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A menos que, Natalie pensou consigo mesma com uma risada, ele tivesse passado por uma transformação drástica e fingido a própria morte para começar uma vida totalmente nova sob uma nova identidade. Mas, mesmo assim, não é possível que ele acabasse se tornando CEO de uma empresa em um ano. Natalie percebeu que, apesar de suas esperanças e orações, aquele não poderia ser seu pai.

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A ideia parecia absurda demais, mas em meio à sua dor, ela trouxe uma sensação de conforto por finalmente obter algumas respostas. “Eu tenho que perguntar a ele sobre isso uma vez!” Natalie sussurrou, com a voz trêmula. “Mesmo que ele tenha perdido a memória e começado uma nova vida, preciso conversar com ele e descobrir a verdade. Ele esteve lá fora esse tempo todo enquanto eu chorava por ele?” As lágrimas brotaram em seus olhos, ameaçando transbordar.

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Cassandra apertou gentilmente seu ombro, oferecendo conforto. “Você está sobrecarregada, Natalie, mas deve haver uma explicação lógica para tudo isso. Você precisa conversar com ele. Talvez ele saiba de algo que possa dar sentido a isso”

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Antes que Natalie pudesse responder, Jess a empurrou de volta para o corredor. “Eu vou com você”, disse ela, tranquilizadora. Natalie ficou grata pelo apoio, pois não tinha ideia do que fazer. Com um sorriso nervoso, ela se agachou ao lado do passageiro misterioso e ficou olhando para o rosto dele, tentando encontrar as palavras, mas nenhum som saía. Tudo o que ela podia fazer era olhar para o homem que estava usando o rosto de seu falecido pai.

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“Cassandra percebeu a hesitação de Natalie e interveio: “Sim, você pode ajudar. Pedimos desculpas pela intromissão, mas receio que você tenha uma estranha semelhança com alguém importante para um de nossos comissários de bordo. É bastante chocante”

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Natalie se sentiu encolhida, sabendo que ela era aquela comissária de bordo e que ele provavelmente já havia notado. Ela não queria parecer tímida ou abatida, então criou coragem e limpou a garganta. “O senhor, por acaso, conhece alguém chamado Winston Garcia?”, perguntou ela com ousadia.

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O homem olhou para ela por um momento e Natalie achou que ele poderia dizer sim, mas, infelizmente, não disse. “Não, desculpe, não conheço…”, respondeu ele. Natalie gaguejou em resposta: “Oh, me desculpe. Você parece idêntico ao meu pai, que eu perdi em uma viagem de mergulho. Sei que provavelmente é apenas uma coincidência improvável, mas estou tentando encontrar explicações, para ser sincera”

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Os olhos gentis de Kevin irradiavam empatia. “Não consigo imaginar como deve ser difícil para você, mas lamento nunca ter mergulhado uma vez na vida”, ele respondeu com simpatia. “Gostaria de poder lhe dar mais respostas, mas não, nunca ouvi o nome Winston. Isso tudo deve parecer tão surreal” Ele acrescentou: “Se houver algo que eu possa fazer para ajudar, não hesite em entrar em contato comigo”

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Natalie agradeceu a compreensão dele, mesmo que não trouxesse as respostas que ela buscava. O encontro a deixou com mais perguntas do que nunca, e o mistério em torno do homem que se parecia tanto com seu falecido pai se aprofundou.

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O restante do voo foi um borrão para Natalie. Ela mal podia esperar para sair do avião porque havia uma última pessoa que ela precisava visitar para obter respostas sobre esse assunto misterioso. Ao chegar em casa, Natalie rapidamente pegou seus pertences e correu para o carro. Ela digitou o endereço em seu navegador e dirigiu direto para o local que queria visitar.

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Quando chegou à casa, apertou a campainha com impaciência. Depois de alguns segundos, a Sra. Garcia abriu a porta de braços abertos, convidando-a para um abraço. “Desculpe-me por incomodá-la tão tarde da noite, vovó”, começou Natalie. “Mas preciso falar com a senhora sobre algo importante.” Ela foi direto ao ponto.

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A Sra. Garcia sorriu calorosamente e garantiu a Natalie que ela nunca foi um incômodo. “Acabei de fazer alguns biscoitos”, disse ela com um toque de tristeza, “aqueles que Winston costumava adorar” Natalie sentiu empatia pela dor da Sra. Garcia, sabendo que ela ainda estava sofrendo com o luto do filho. Com dificuldade, Natalie limpou a garganta e respirou fundo.

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Ela explicou à Sra. Garcia sobre o homem no voo que se parecia com Winston, mostrando-lhe o cartão de visita como prova. Os olhos da Sra. Garcia se arregalaram e Natalie pôde ver a ansiedade em sua expressão. “Está tudo bem, vovó?” Natalie perguntou, apertando sua mão. “Sei que isso é difícil para a senhora, mas eu precisava obter algumas respostas. Desculpe-me por incomodá-la com isso.”

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A Sra. Garcia respirou fundo e pediu a Natalie que pegasse um álbum na gaveta de sua cama. Natalie fez o que foi pedido e as duas se sentaram à mesa da cozinha. A Sra. Garcia abriu o álbum e Natalie não conseguia acreditar em seus olhos. O que estava acontecendo?

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Lágrimas brotaram nos olhos de Natalie e seu corpo tremeu quando ela viu dois bebês gêmeos nas fotos. Um deles ela reconheceu das antigas fotos de bebê de seu pai, mas o outro não lhe era familiar. Ela não conseguia entender o que estava vendo. Será que seu pai tinha um irmão gêmeo?

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A Sra. Garcia explicou que os bebês das fotos eram Winston e seu irmão gêmeo. Natalie ficou atônita, mas ouviu enquanto a Sra. Garcia continuava, revelando novas informações que deixaram Natalie perplexa por um longo tempo.

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A Sra. Garcia então compartilhou a dolorosa verdade – Winston não tinha um pai presente e ela teve que criar seus filhos sozinha. Quando descobriu que ia ter gêmeos, ela sabia que não conseguiria cuidar de dois filhos sozinha, então tomou a dolorosa decisão de deixar um deles em um orfanato.

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Natalie estava incrédula, mas não conseguia imaginar as circunstâncias difíceis que sua avó deve ter enfrentado. Ela sentiu empatia por ela, entendendo que ela fez o que acreditava ser o melhor para o futuro da criança. Enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto da Sra. Garcia, Natalie se dividiu entre a raiva pelo segredo guardado e a compaixão por sua difícil decisão.

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O amor da Sra. Garcia por seus filhos era evidente, mesmo em sua confissão de arrependimento. Com seus pensamentos cheios de preocupação com Kevin, Natalie não pôde deixar de torcer para que ele tivesse uma vida melhor do que a infância de Winston. Segurando o cartão de visita de Kevin, ela observou os sinais de sua carreira bem-sucedida, indicando que ele havia superado todas as dificuldades anteriores.

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Natalie se perguntou se Kevin sabia que era adotado e se ele queria conhecer sua mãe biológica e, talvez, até ela – sua sobrinha. A mente de Natalie estava girando com essa revelação chocante sobre o fato de seu pai ter um irmão gêmeo. Ela olhou para a Sra. Garcia, que tinha lágrimas escorrendo pelo rosto. Natalie apertou sua mão gentilmente.

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“Sei que essa deve ter sido uma decisão extremamente difícil para a senhora tomar naquela época”, disse Natalie suavemente. A Sra. Garcia assentiu com a cabeça, enxugando os olhos com um lenço de papel. “Sempre me perguntei o que teria acontecido com meu outro filho precioso. Não havia um dia sequer que eu não pensasse nele e rezasse para que estivesse bem”, disse a Sra. Garcia, com a voz carregada de emoção.

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O coração de Natalie se compadeceu dela. Ela hesitou antes de perguntar: “Você acha que… você acha que Kevin sabe que foi adotado?” A Sra. Garcia balançou a cabeça. “Eu não sei, querida. Mas agora que o encontramos, eu gostaria de tentar nos reconectar, se ele estiver aberto a isso”

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Natalie assentiu. “Acho que devemos entrar em contato com ele. Talvez possamos convidá-lo para jantar?” A Sra. Garcia sorriu por entre as lágrimas. “Essa é uma ideia adorável. Eu adoraria vê-lo novamente. Então, Natalie redigiu um e-mail atencioso para Kevin explicando a situação. Ela incluiu fotos de seu pai Winston e detalhes sobre a Sra. Garcia na esperança de despertar a curiosidade de Kevin. Seu dedo pairou sobre o botão enviar por um longo tempo antes de finalmente clicar nele.

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Uma semana angustiante se passou sem nenhuma resposta. Mas então, um e-mail de Kevin apareceu. Ele disse que sabia que era adotado e sempre se perguntou sobre sua família biológica. Ele gostaria muito de conhecê-la. Natalie ligou rapidamente para a Sra. Garcia para compartilhar a empolgante notícia. Elas decidiram receber Kevin para jantar na casa da Sra. Garcia.

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Ela passou dias preparando todos os tipos de comidas deliciosas para garantir que tudo saísse perfeito. Então, finalmente, chegou a manhã do jantar de reencontro. Natalie foi cedo à casa da Sra. Garcia para ajudá-la a preparar tudo. A Sra. Garcia estava cheia de energia nervosa, afofando almofadas, reorganizando álbuns de fotos e se preocupando com cada pequeno detalhe.

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Natalie ajudou a preparar uma variedade de lanches e aperitivos para quando Kevin chegasse. Ela podia sentir a ansiedade da Sra. Garcia. “Vai ser maravilhoso, vovó”, Natalie a tranquilizou, apertando sua mão. Exatamente às 18 horas, a campainha tocou. Natalie abriu a porta com um sorriso caloroso e acolhedor. “Olá novamente, por favor, entre”.

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Kevin entrou timidamente e a Sra. Garcia imediatamente o puxou para um abraço apertado. Eles se abraçaram por um longo momento, ambos chorando lágrimas de alegria. Kevin se agarrou a ela, enterrando o rosto em seu ombro. O reencontro emocional trouxe lágrimas aos olhos de Natalie. Durante o jantar, a Sra. Garcia compartilhou histórias sobre Winston e detalhes da infância de Kevin antes da adoção.

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Kevin ouviu atentamente, maravilhado com as estranhas semelhanças que tinha com Winston. Ele ficou surpreso ao encontrar partes de si mesmo nessas histórias de família. Natalie podia ver o senso de pertencimento de Kevin crescendo. Esse reencontro curou uma ferida no coração de todos eles.

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Aquele emocionante jantar de reencontro marcou um novo começo para a família. Kevin se tornou um frequentador assíduo da casa da Sra. Garcia, recuperando o tempo perdido. Ele e Natalie se aproximaram, criando laços com as lembranças de Winston. Natalie encontrou conforto ao ver partes de seu falecido pai vivas em seu irmão gêmeo. Havia um buraco no coração de todos eles após a morte de Winston.

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Mas a presença de Kevin permitiu que eles se curassem e preenchessem esse vazio. A Sra. Garcia ficou muito feliz ao se reunir com o filho que ela achava ter perdido para sempre. Ter Kevin de volta em sua vida foi uma bênção. Embora o caminho que os levou até ali tenha sido doloroso, Natalie sabia que era assim que deveria ter sido. Suas vidas estavam entrelaçadas e agora poderiam seguir em frente juntos.

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